As causas do câncer de mama ainda são desconhecidas, mas
o tratamento é possível e
mesmo eficaz se a identificação do tumor for precoce. Por
isso, o exame mensal das mamas
é essencial e você pode realizá-lo em casa, todo mês,
sempre após a menstruação.
Se você tem ou teve câncer de mama, saiba mais sobre a
doença e ajude seu tratamento,
sua vida e a daqueles que estão a sua volta.
A Mama
A mama é constituída de tecido adiposo, tecido conjuntivo e tecido glandular, o qual é composto de pequenos ductos com ramificações ligando pequenas bolsas em forma de cachos, chamados lóbulos onde é produzido o leite. Um conjunto de lóbulos ligados a um mesmo sistema de ductos coletores que se juntam em um ducto terminal que se exterioriza na papila é chamado de lobo mamário. A mama normal é composta por um conjunto de 15 a 20 lobos que se exteriorizam pelo mamilo. A mama possui um rica rede vascular e linfática para sua nutrição e drenagem.
Câncer de Mama
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
Estimativa de novos casos: 52.680 (2012)
Número de mortes: 12.852, sendo 147 homens e 12.705 mulheres (2010)
Causas
A formação do tumor
O corpo humano é formado por várias células e os
agrupamentos das células formam
nossos órgãos. De uma forma geral, as células estão
constantemente se renovando ao
longo da nossa vida. A reprodução celular acontece de
acordo com as necessidades de cada
organismo.
Em determinadas circunstâncias, ainda não esclarecidas, a
reprodução das células ocorre
rápida e desordenadamente e forma massas de células, que
são conhecidas como tumores.
Tumor: benigno X maligno
Os tumores podem ser benignos ou malignos. Os tumores
benignos são formados por células
que se proliferam, formam massas, mas não se infiltram
(invadem) no tecido vizinho e não
se espalham pelo corpo. Eles são curados com a retirada
cirúrgica.
Os tumores malignos, também conhecidos como câncer, são
formados pelo crescimento
desordenado de células que têm capacidade de se
infiltrarem nos tecidos vizinhos e se
espalharem pelo corpo através dos vasos.
Os tumores da mama podem ser benignos ou malignos e se
originam nas células que
formam o tecido mamário.
Causas
As causas do câncer de mama ainda são desconhecidas, mas
existem fatores de risco que
podem indicar a probabilidade da mulher contrair, ou não,
o câncer mamário.
Fatores de Risco
A incidência de câncer de mama tem aumentado desde o início
do século, mas especialmente nos últimos 30 anos. Apesar do aumento, a
mortalidade pela doença tem diminuído, graças à maior vigilância por parte das
mulheres e à possibilidade de diagnóstico precoce conferida pela mamografia
rotineira. Doença rara nos homens, uma em cada oito a dez mulheres apresentará
câncer no seio no decorrer da vida.
Os seguintes fatores biológicos ou ligados ao estilo de vida interferem com o risco:
1. Idade: é de importância crítica. O risco aumenta dez vezes quando comparamos mulheres de 60 anos com as de 30. Na faixa etária dos 70 aos 75 anos, esse risco é 17 vezes maior do que nas de 30 aos 35 anos.
2. História familiar: embora na maioria dos casos não seja possível identificar familiares portadores da doença, a existência da enfermidade num parente de primeiro grau (mãe, irmã, filha) aumenta o risco de 1,5 a três vezes.
3. Clínico: mulheres que já tiveram câncer em uma das mamas têm maiores chances de
ter câncer na outra mama.
4. Nutricional: mulheres com dieta rica em gorduras, pobre
em fibras e que consomem bebidas alcoólicas têm maiores chances de terem a doença;
5. Ambiental: mulheres que receberam radiação ionizante têm
maiores chances de desenvolverem câncer de mama;
6. Hormonal e reprodutivo: mulheres que tiveram a primeira
menstruação antes dos 11 anos, mulheres que entraram na menopausa após os 55
anos, mulheres que
tiveram o primeiro filho após os 30 anos e mulheres que
não tiveram filhos, têm
maiores chances de desenvolverem câncer de mama. As que tiveram filhos antes dos 20 anos correm risco 1,9 a 3,5 vezes mais baixo. Menstruar por mais de 40 anos dobra o risco em relação às mulheres que o fazem por 30 anos. Mães que amamentam seus filhos durante mais tempo têm menor probabilidade, por provável redução do número de ciclos menstruais.
Existe uma característica genética, entretanto, que aumenta muito a probabilidade: é a presença dos genes BRCA1 e BRCA2. Na população geral, esses genes ocorrem em cada 500 a 800 mulheres, mas, entre os judeus de ascendência Ashkenazi, a prevalência é muito mais alta. De 50% a 85% das mulheres portadoras de BRCA1 ou BRCA2 um dia terão câncer de mama. A presença desses genes também aumenta substancialmente o risco de câncer de ovário (de 20% a 40% no decorrer da vida). Riscos dessa magnitude justificam em casos selecionados a retirada profilática das mamas e/ou dos ovários.
Estágios da Doença:
Baseiam-se na evolução natural do tumor; em seu
comportamento biológico. Normalmente, as células cancerosas (neoplásicas) crescem na mama,
invadem o tecido mamário e
penetram nos vasos linfáticos e sangüíneos. As células neoplásicas (cancerosas) que penetram nos
vasos linfáticos são levadas pelo organismo para os linfonodos (gânglios) da axila,
caracterizando as chamadas metástases linfonodais. Da mesma forma, as células neoplásicas que invadem os
vasos sangüíneos, penetram na circulação do sangue e são levadas a vários órgãos
como, por exemplo, pulmões, ossos, fígado, cérebro, pele e etc, caracterizando as
chamadas metástases sangüíneas ou hematogênicas. Nesses órgãos, as células neoplásicas
se proliferam e formam massas tumorais que destroem seus tecidos normais. Isso
dificulta ou impede o funcionamento adequado do órgão afetado por estas metástases. O estágio do câncer de mama é analisado de acordo com o
tamanho do tumor, presença ou não de metástases linfonodais e presença ou não de
metástases hematogênicas. Após
avaliação do tamanho do tumor, dos linfonodos axilares e
estudo dos outros órgãos, a
doença pode ter quatro estágios diferentes (de I a IV)
conforme a sua extensão.
Autoexame das Mamas
Quanto mais rápido o tratamento, maior será a chance de
cura. Sendo assim, a detecção
precoce do câncer de mama é de fundamental importância.
No Brasil, cerca de 80% dos tumores de mama são
detectados incidentalmente pela
própria mulher. O auto-exame das mamas deve ser feito
mensalmente e sempre após a
menstruação. Para as mulheres que não menstruam, como as
que já se encontram na
menopausa, ou as que se submeteram a histerectomia
(retirada do útero), ou, ainda,
aquelas que estão amamentando, deve-se escolher
arbitrariamente um dia do mês e realizar
o auto-exame todo mês. O INCA não estimula o autoexame das mamas como método isolado de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
Evidências científicas sugerem que o autoexame das mamas não é eficiente para a detecção precoce e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, traz consequências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos. Portanto, o exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade.
Outras formas de diagnóstico:
Mesmo que você faça o auto-exame mensalmente, sempre é
importante pedir ao seu
ginecologista que faça o exame clínico. Trata-se do mesmo
exame feito em casa, só que
realizado pelo médico. Em casos suspeitos, o médico poderá pedir uma mamografia
e/ou, uma ultra-sonografia. Se confirmadas as suspeitas, o próximo exame será a biópsia,
ou seja, a retirada de um pedaço do tumor para estudo anatomopatológico. Esse exame
fornece o diagnóstico de maior
precisão na identificação do câncer.
Sintomas
Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença.
Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama.
Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.
Exame Clínico das Mamas (ECM) - Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
Mamografia
A mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é suportável.
Lei 11.664, de 2008
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.
Esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também constituem fatores de risco para o câncer de mama.
Mulheres que se encaixem nesses perfis também devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.
Exame Clínico das Mamas (ECM) - Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
Mamografia
A mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é suportável.
Lei 11.664, de 2008
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.
Fonte: INCA